A força de uma criança
Só consegue entender a força de uma criança
Aquele que a vê lutando para sobreviver
Sorriso maroto, um brilho no olhar
Risadinha abafada
Há esperança no ar
Presa entre leitos, remédios, injeções
Brinca faceira com a luva-balão
Afago de um anjo-enfermeiro
No pequeno espaço em que pode brincar
Rodopia, rodopia na cadeira de rodas
Cantando, sonhando, fingindo não ver
As lágrimas rolando de uma mãe a sofrer
Coração apertado, forte, nem tanto
Respira a esperança, engole o soluço
Esconde a dor brincando com a criança
Entre as ferragens do cinzento prédio
O sol aparece aquecendo os pequenos
Mães aflitas desejam escapar
Voar, sumir, contando os dias
A cura a chegar
Crianças alheias às mães aflitas
Unem-se às outras, em jogos, em cantos
Com sôro, com febre, com a vida entre os dedos
Brincam, sorriem, em frente
Lutando para sobreviver
03/09/12 Hospital Unicamp - Estava aguardando meu filho a ser operado
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